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domingo, 26 de junho de 2011

A faca como ferramenta na história...

   A ferramenta é uma das provas de que o homem iniciou a sua evolução há pelo menos dois milhões de anos. No ano de 1959 foram encontrados na África ferramentas de um milhão e setecentos mil anos atrás. São martelos e choppers (instrumentos de corte) que comprovam a existência já em desenvolvimento.
   As ferramentas do longo período que se chama Paleolítico (Idade da Pedra) eram feitas de sílex, um tipo de pedra que era retirada de grandes bancos rochosos, através de picaretas feitas com chifre de veado. Os blocos eram talhados até obterem a ferramenta desejada.
  Podemos observar durante todo período da Idade da Pedra, uma evolução importante na história da ferramenta. As primeiras ferramentas de corte tinham um tamanho que variava de 40 cm até l metro. Num período de tempo que chega a 500 mil anos se reduziram de tamanho até se tornarem micro lâminas (os micrólitos que chegavam a 2 cm) que eram encabadas com madeiras ou osso.
   Entretanto, na história das ferramentas, o fato mais importante acontece a mil e duzentos anos atrás, com o domínio da técnica de fusão e tratamento do ferro.
  Apesar de o metal já ser conhecido, pois muitos povos usavam o metal de meteoros para fazer facas, pontas de flechas e instrumentos para perfurar, este era tratado como a pedra, através da percussão e do polimento.
   O forno, o fole, a bigorna, o martelo, revolucionaram o uso dos metais, possibilitando o surgimento de uma indústria metalúrgica, com a qual o homem passa a produzir a própria matéria de que será feita a ferramenta.
   O ferreiro passa a ser o mestre e o fabricante de ferramentas, adquirindo em todos os povos que dominam a metalurgia, um papel de destaque. Com seus segredos, rituais e tecnologia, os ferreiros passam a influenciar a representação dos deuses de vários povos, além de criarem uma série de novos tabus.
  Surgem os deuses ferreiros ou os deuses que usam o martelo, a bigorna ou mesmo o fogo, na forma de raio, para simbolizar o poder e a força. Surgem os tabus que afastam as oficinas das aldeias impedindo o acesso de pessoas estranhas a atividade metalúrgica e, principalmente a presença de mulheres. Acreditava-se que se a mulher olhasse o trabalho do ferreiro, uma grande praga cairia sobre ele.
  O poder do ferro e, consequentemente, do fole, do martelo e da bigorna é tão grande que estas ferramentas passam a ser vistas como mágicas, atuando por conta própria.
 A origem do universo e do próprio homem passa a ser explicada como um processo de fabricação semelhante ao do objeto e ferro. Deus produziu o homem através da transformação (ou sacrifício) de uma matéria original, da mesma forma que o ferreiro produz uma faca através da transformação do minério de ferro.
   E assim com o tempo... o ferreiro cede lugar ao cientista que a inventa, ao industrial que a financia e ao operário que comanda a maquina. A ferramenta deixa de ser mágica para ser produto da ciência. O mundo deixa de ser pensado com o resultado do trabalho de um deus-ferreiro e passa a ser apresentado como uma máquina perfeita. 
   A história do homem pode ser vista como a história das suas ferramentas. Uma história que vai da pedra ao átomo e que sempre colocou o homem de frente a origem de todas as ferramentas: a capacidade de criar.


  
 

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